Era só mesmo uma questão de tempo para surgirem os primeiros sintomas da pandemia na costa brasileira. No dia 20 de abril, toneladas de lixo urbano e hospitalar tomaram conta do litoral nordestino, em especial praias do Rio Grande do Norte (RN) e da Paraíba (PB). Em meio a um mar de lixo plástico, como chinelos, garrafas e até eletrodomésticos, foram encontrados tubos de coleta de sangue e seringas.
Infelizmente, a origem dos materiais ainda é desconhecida. Segundo o portal G1, moradores do Rio Grande do Norte encontraram objetos com identificação de Recife, como uma mochila escolar e um título de eleitor da mesma cidade. Mas, até o momento, nenhuma autoridade pública confirmou de onde o lixo veio.
Parece até mesmo o caso do derramamento de óleo no Nordeste em 2019, um dos piores desastres ambientais que o país viveu. Até hoje o poder público não soube responder de onde veio o óleo – e vale lembrar que a CPI instalada na Câmara Federal para investigar este caso foi encerrada no começo de abril deste ano por perda de prazo de renovação.
Os primeiros registros de lixo foram na praia do Bessa, em João Pessoa. Mas, infelizmente, os resíduos foram encontrados em outros municípios paraibanos, como Cabedelo e Conde, e também na região do litoral sul do Rio Grande do Norte. Segundo o jornal Bom Dia Brasil, até o dia 26 de abril foram recolhidas 46 toneladas de lixo só das praias do RN. E algumas consequências desse episódio já apareceram: no RN, recolheram meia tonelada de resíduos de um ponto de desova de tartarugas.
O IBAMA abriu uma investigação no dia 23 de abril para apurar esse último episódio nas praias nordestinas, informação confirmada pelo superintendente estadual, Rondinelle Oliveira. Esperamos que não seja mais um caso negligenciado e tratado com descaso, assim como foi o do vazamento de óleo.