O Mangue do Colhereiro

Em uma das regiões mais movimentadas do litoral norte, no porto de São Sebastião, encontramos ao lado do embarque das balsas, uma verdadeira riqueza da natureza, o Mangue do Colhereiro. Podemos perceber ali, a força da natureza em subsistir junto a tantos obstáculos impostos pelo homem.

Os Manguezais são ecossistemas de transição entre os ambientes terrestres e marinhos, característicos das regiões tropicais e subtropicais e muito encontrados no Litoral Norte de São Paulo. São formados por sedimentos lodosos com pouco oxigênio. São importantes nos processos de purificação da água, reprodução de várias espécies e como base de cadeias alimentares estuarinas e marinhas.

São verdadeiros filtros biológicos, habitat para várias espécies de organismos, produtores e exportadores de detrito, estabilizadores da linha de costa e controladores da hidrodinâmica e da erosão.

“O manguezal se constitui, portanto, em ecossistema-chave, cuja preservação é crítica para o funcionamento de outros ecossistemas maiores e mais diversos, que se estendem além de seus limites (Dinerstein et al., 1995). ”

É no mangue que peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e econômico. Os mangues produzem mais de 95% do alimento que o homem captura do mar.

No local há ocorrência das três espécies arbóreas típicas para a região: 

Rhizophora mangle ou Mangue Vermelho.

Laguncularia racemosa ou Mangue branco

 Avicennia schaueriana 

Algumas das Aves encontradas no manguezal do Colhereiro:

Socozinho (Butorides striata)

Savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea)

Papagaio-moleiro (Amazona farinosa)

Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta)

Ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum)

Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola)

Colhereiro (Platalea ajaja)

Diante de tanta beleza e vida, precisamos proteger os mangues para que as gerações futuras possam usufruir desse espetáculo da natureza, garantir o equilíbrio ecológico dos oceanos e com isso garantir também a alimentação que o homem necessita retirar do mar.

“A natureza, se você não atrapalhar, dá um jeito de se manter viva. Se a gente não mexer mais, muitas espécies vão se recuperar e voltar” (Ciça Nogueira, integrante do grupo Apaixonados pelo Mangue)